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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Vinho laranja, Um resgate Válido ou apenas um modismo?

Após uma Sofrida introdução de Roses de má qualidade, o Brasil enfim se delicia com roses frescos bem feitos, roses gastronomicos e com grande variedade de produtores sérios, assim também foi com os vinhos Verdes, a 10-15 anos contávamos apenas com Casal Garcia, um introdutor do estilo em nosso país, hoje contamos com excelência em vinhos da região que enche os olhos com seu verde infinito, o Minho!


Orange Wine, Amarelos, Laranja, Vin Jaune.....
Um Branco que se degustado em taça negra, pode se confundir com tinto facilmente, Para fazer vinhos brancos, as uvas são prensadas e os sólidos são separados do mosto, para não passar peso ao vinho (estrutura) deixando o fresco, leve e com cor mais clara. Já os laranjas são os vinhos brancos produzidos à moda de tintos, com maceração pelicular, ou seja estes vinhos ficam com a casca, sementes e podem serem macerados assim por dias, adquirindo peso cor alaranjada, textura gorda e até mesmo taninos.

Muitos destes exemplares resgatam a mais antiga formula de o faze-los a mais de 5 mil anos, fermentados em ânforas de terracota (Barro) e muitos enterrados em solo para pós oxidação e riqueza de complexibilidade. Recentemente resgatados  pelos italianos e pelos eslovenos e hoje vem sendo feitos alguns exemplares intrigantes pelo mundo todo inclusive no Brasil.
Modismo ou não, os vinhos oferecem uma riqueza de virtudes.

Vinhos Laranjas são, na maior parte vinhos Naturais, com menor intervenção possível do homem, são muito complexos e alguns melhoram muito com decantação, ou ainda bebe-los um dia depois de abertos.


Gravner a tradição em ânfora.
Talvez a pessoa mais responsável pela reintrodução de vinhos laranja seja friulano Josko Gravner, que, uma vez produtor de vinhos brancos fáceis de beber, se desiludiu com as práticas tecnológicas que grassam em vinificação moderna.
No final dos anos 90, Gravner investiu em um qvevri, um vaso de barro tradicional georgiano. Ele enterrou-o e emulou técnicas antigas, fermentando e macerando vinhos brancos com pele. Os resultados foram temperados com mel e sabores de frutas secas.
Em menos de uma década, os vinhos do Gravner se tornaram onipresentes em restaurantes e Wine Bares.

Perspectiva de um Sommelier
"Quanto mais você os tratar como um Barolo, melhor estes vinhos são", Para maximizar os seus encantos, o melhor é servir estes vinhos a temperatura de 15 º graus, de preferência após decantação, para permitir que seus aromas e estrutura abram.

O Laranja Brasileiro

Uva Peverella
A Peverella foi a primeira variedade branca vitis vinífera a desembarcar no Brasil junto com os imigrantes italianos, no final do século XIX. Foi a primeira vinífera a ser introduzida no Rio Grande do Sul, no início do século XX, por João Dreher Filho. Sua difusão na Serra Gaúcha ocorreu a partir da década de 20, estimulada principalmente pela empresa Dreher. Nos anos 40, era a principal variedade vinífera branca cultivada no Estado, mantendo-se em posição de destaque nesse grupo até meados dos anos 70, onde foi praticamente extinta com a chegada ao Brasil de outras variedades viníferas impulsionadas pela força do marketing dos vinhos do Novo Mundo.

 A Era dos Ventos
Tudo começou com a iniciativa do enólogo Álvaro Escher em resgatar uma variedade esquecida, a Peverella, ideia que segue em frente com uma parceria do produtor com Luís Henrique Zanini e Pedro Hermeto. O nome vem de “pevero”, dialeto vêneto para “pimenta”.
 Hoje, a cepa está praticamente extinta na própria Itália, e no Brasil restam poucos vinhedos, de 50 até mais de 70 anos, concentrados na região de Bento Gonçalves. É dessas vinhas velhas, uma autêntica produção de garagem, que renasceu a Peverella. "Era dos Ventos"  passa a contar com a contribuição de Pedro Hermeto, do restaurante Aprazível (RJ) para a promoção e venda dos vinhos, diga-se de passagem, de pequeníssima produção (entre 500 e 800 garrafas, em média).

Era dos Ventos Peverella 2010
Bento Gonçalves, Brasi

Este vinho é uma verdadeira raidade. Feito de uma uva extinto no pais de orígem, a Italia, a Peverella agora apenas se destaca no Sul do Brasil. Dificil de produzir e ainda mais dificil de encontrar, pois foram feitos apenas 800 garrafas deste vinho e ja se destaca nas cartas dos restaurantes Aprazível e Viera Souto, da famosa chefe de cozinha carioca a Roberta Sudbrack.

Um toque tipicamente picante ao paladar faz jus ao nome desta uva, pois Peverella significa “pimenta". De cor dourada encantadora, é fruto de uma elaboração com mínima intervenção e longo tempo de maceração da uva com a casca, sem conservantes ou leveduras enológicas, e sem filtragem. Talvez a melhor expressão desta uva que existe hoje. Pura Peverella!

Com um pouco mais de tempo, vai revelando aromas cítricos, toques minerais e florais e, claro, a típica pimenta. Rico, amarelado, untuoso, uma verdadeira experiência única. 

Gradação alcoólica: 11,5%

By, Sonoma.

DEPOIMENTOS
"Isso é vinho de verdade, vinho de terroir, não parece com nada que eu tenha provado da América do Sul."
Jean Marc Roulot, da renomada vinícola Guy Roulot da Borgonha



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