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sábado, 25 de agosto de 2012

Master of Wine inglês prova e aprova os vinhos brasileiros




Peter Richards destaca o estilo próprio dos rótulos verde-amarelos, qualificados como refrescantes, leves e com álcool moderado

O Master of Wine inglês, Peter Richards, acaba de divulgar suas impressões sobre a degustação de 13 vinhos e espumantes brasileiros realizada no dia 7 de agosto, no restaurante Brasil a Gosto, em São Paulo. A promoção foi do projeto Wines of Brasil, realizado entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Na ocasião, ele provou três vinhos brancos (Lidio Carraro Chardonnay 2011, Basso Moscatel Virtus 2012 e Villa Francioni Sauvignon Blanc), seis vinhos tintos (Boscato Reserva Merlot 2007, Dunamis Cabernet Franc 2011, Miolo Castas Portuguesas 2008, Pizzato DNA99 Merlot 2005, Salton Talento 2007 e Salton Talento 2006) e quatro espumantes (Aurora Moscatel, Cave Geisse Brut Tradicional, Espumante 130 Casa Valduga e Miolo Terra Nova Brut Rosé).

Em termos gerais, Richards menciona o potencial do vinho brasileiro. Ele ficou impressionado com os novos terroirs que nasceram recentemente no Brasil, citando a Campanha Gaúcha e Santa Catarina. “O estilo próprio é nítido, refrescante e leve – a maioria dos tintos tem 12,5% de álcool”, escreve, em tradução livre. O Master of Wine inglês diz que esta é uma peculiaridade brasileira em comparação com outros países produtores de vinhos do Novo Mundo. Richards fala que os espumantes pelo método charmat é um ponto forte do Brasil, sobretudo por serem bem feitos e de preços acessíveis. Sua aposta de sucesso ficou nos Moscatos, com álcool baixo, refrescantes e agradáveis de beber. “Pode ser um verdadeiro vencedor aqui, tanto no mercado interno como externo”, vaticina.

Segundo Ana Paula Kleinowski, do Wines of Brasil, que acompanhou a degustação, Richards acredita que a tendência de consumo de vinhos espumantes Moscatos, iniciada nos Estados Unidos, tende a se espalhar pela Europa nos próximos anos. Em seu site (http://susieandpeter.com/cheers-brazil/), ele destaca seis rótulos – Dunamis Cabernet Franc 2011, Lidio Carraro Dadivas Chardonay 2011, Pizzato Merlot 2005 DNA99, Quinta do Seival Castas Portuguesas, Salton Talento 2006 e Villa Francioni Sauvignon Blanc.

Pelos comentários publicados no site e feitos ao longo da degustação, Richards ficou especialmente surpreso com o Dunamis Cabernet Franc. Além de considerar o vinho muito bem feito, harmonizando muito bem com a carne servida no almoço, ele comenta que nunca imaginou encontrar um Cabernet Franc com características desta variedade na América do Sul. Entre os rótulos Talento, da Salton, safras 2007 e 2006, ele preferiu este último. Para ele, são dois vinhos completamente diferentes. O Pizzato Merlot 2005 DNA99 foi, para ele, o mais maduro, mais completo e moderno representante dos vinhos tintos brasileiros. O Quinta do Seival Castas Portuguesas 2008, da Miolo, foi descrito como “delicioso”. “Este vinho fala eloquentemente do património Português do Brasil. É muito floral, elegante e um pouco agridoce”. Sobre o Villa Francioni Sauvignon Blanc 2010, diz que encontrou um “estilo ousado”.

O espumante Terra Nova Brut Rosé, da Miolo, agradou pela fruta e cor bonita. “É fácil de beber”, aponta. Os espumantes elaborados pelo método tradicional apresentaram boa fruta, mas, para o Master of Wine, faltou maior acidez e complexidade. “Todos são bem feitos e os charmat são um achado”, relata.

Saiba mais
Peter Richards é Master of Wine e apresentador do programa de TV da BBC1 Saturday Kitchen. Escreve também para a revista Decanter e tem dois livros de vinhos publicados (Wineries with Style eThe Wines of Chile). Ainda participa de outros programas de TV: Include ESPN, Taste (Sky One), Saturday Kitchen Best Bites (BBC2), The Alan Titchmarsh Show (ITV1), Market Kitchen (BBC2/UKTV) e Great Food Live and Food Uncut (UKTV Food).

VERTICAL DE LUIGI BOSCA ÍCONO. MAS TEVE MUITO MAIS…




Postado por andrerossi,ENODECO
Tive o prazer de participar recentemente de um almoço que foi muito mais que um almoço. Organizado pela importadora Decanter, o dono da importadora, Adolar Hermann, o sommelier Guilherme Correa e Cezar França, Gerente Comercial, apresentaram uma degustação vertical do vinho ícone da importante e conhecida vinícola Luigi Bosca, o ÍCONO. E ninguém melhor para apresentar a degustação que o "pai"das crianças, o atual presidente da vinícola, Alberto Arizu. Arizu é hoje quem toca a operação da Luigi Bosca, vinícola de sua família. Além de tocar o negócio, Alberto é Presidente da Wines of Argentina.


O vinho, que atualmente está à venda na safra 2007 e custa por volta de R$ 430,00 é realmente um vinho exemplar. As safras degustadas foram 2005, 2006, 2007 e 2008 e começamos por um caminho não muito comum, que é o do mais novo para o mais velho. E foi essencial neste caso a inversão da ordem e nos permitiu ver melhor as diferenças. Começamos com o 2008, mais alcoólico, mais fechado e mais potente em frutas e fomos caminhando ao longo dos anos, até chegarmos ao 2005, que incrivelmente ainda apresentava muita fruta. Um vinho argentino de 7 anos que parecia fácil, um bebê de 2, 3 anos. Pouquíssima evolução na cor, mas no nariz haviam já alguns indícios de idade e de um vinho um pouco diferente, mas que para 3 anos, era muito pouco. Para mim, o melhor vinho foi o 2006, com um equilíbrio fantástico de acidez, taninos e corpo. Pra mim, o mais elegante e diferente de todos, com um toque de ervas que não tinha nos outros. Mas o que mais me chamou a atenção foi a consistencia entre uma safra e outra. E mesmo o 2008, apesar de novo para um vinho deste porte, já estava ótimo para beber, sem excessos de álcool, nem acidez. Mas é recomendável abri-lo uns 40 minutos antes!



O almoço seguiu em frente e vieram outros "monstros" da vinícola de Alberto. Começando com um maravilhoso e fresco Chardonnay Finca Los Nobles Chardonnay 2010 (Harmonização com uma Polenta com Taleggio), seguindo para um Gala 4 Cabernet Franc/Malbec que arrebentou harmonizando com uma massa maravilhosa e encerrou os pratos quentes com um cordeiro acompanhado por um vinho diferente e sensacional: Finca Los Nobles Cabernet Bouchet 2007. Depois vale um post para explicar esta uva, pouquíssimo conhecida! E a sobremesa que fechou com chave mais do que de ouro foi acompanhada por um Gewuztraminner Granos Nobles 2008 de sobremesa. Um vinhaço! Alías, 8 vinhos maravilhosos e um almoço como poucos que participei, seja pelo nível da comida do Tre Bicchieri, seja pelos vinhos estupendos da Luigi Bosca ou pelas companhias que lá estavam para presenciar esta verdadeira orgia eno-gastronomica! E sobre as harmonizações, um capítulo a parte para o show e as explicações do competente amigo Guilherme Correa, sem dúvida um dos grandes sommeliers que temos por aqui e por que não, um dos grandes que temos no mundo dos vinhos. Sempre carregando muita simplicidade e competencia, fatores que poucos que atuam no mercado hoje conseguem juntar tão bem!