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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Oliva Cobrançosa e um de seus magníficos Azeites



Há um percurso paralelo entre o azeite e o vinho desde há milénios, que se mantém na época moderna. Portugal foi nos anos 50 e 60 do século passado autossuficiente em azeite, quando o consumo anual per capita era de dez litros; nas décadas seguintes, graças aos conselhos médicos que à época reprovavam o uso do azeite e à má qualidade do mesmo, então vendido a granel, o consumo anual baixou para três litros per capita com o consequente decréscimo acentuado da sua produção. Portugal passou, por isso, a importar azeite como ainda hoje acontece. Mas, refere agora o professor José Baptista Gouveia (in "enovitis, olevitis" de 10 de março de 2011), a situação alterou-se nesta primeira década do séc. XXI com o crescimento significativo da área de olival no nosso país, que nos levará em breve a recuperar a autossuficiência perdida. Para este especialista, a melhoria de qualidade dos azeites portugueses foi determinante ao lembrar: "O azeite é em tudo idêntico ao vinho, desde o campo até à comercialização. A diferença está no atraso.
Aquilo que tínhamos no vinho (em Portugal) há 20 anos só agora começamos a ter no azeite." Dito de outro modo, o olival tal como a vinha, é hoje mais cuidado; a apanha da azeitona, tal como a das uvas, é determinada pela sua maturação e de imediato levada para o lagar; e, não menos importante, a comercialização do produto é feita em embalagem adequada, procedimentos recentes dos oliviticultores. Assim, desde o olival ao prato do consumidor, tudo é executado com rigor técnico para garantir o máximo de qualidade.
José Baptista Gouveia é um entusiasta e defensor da variedade Cobrançosa pelas suas vantagens no cultivo e por dar azeite de "muito boa qualidade" como confirmamos em prova e consumo caseiros.
Cortes de Cima Azeite Virgem Extra *****
É um azeite alentejano da Vidigueira elaborado a partir de uma única variedade de azeitona, a Cobrançosa. Está à venda a última safra de novembro de 2010, engarrafada em fevereiro de 2011 e válida até dezembro de 2013. Apresenta-se-nos de cor amarela-esverdeada, com uma ampla riqueza aromática a azeitona fresca, que surge com sabor frutado a maçã verde, ligeiramente picante e suave.
Um excelente azeite comercializado em garrafas de 500 ml. A acidez máxima é de 0,1%, embora José Gouveia considere este factor pouco significante para a apreciação dos azeites.

sommelier e gourmet Indica: para carnes brancas como aves e ate mesmo suinás,peixes de aguá doce até mesmo os mais gordos (tambaqui e pintado) ou massas leves sem muitos condimentos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Beber vinho moderadamente emagrece mesmo ?






Segundo o jornal Daily Mail, uma taça de vinho diária pode impedir que as pessoas engordem, e até mesmo pode ajudar a emagrecer, dizem cientistas.

O álcool sempre foi visto como algo que engorda, devido ao seu alto teor de açúcar, mas novas pesquisas sugerem que uma taça ao dia pode fazer parte de qualquer dieta.

Observando estudos anteriores eles descobriram que, enquanto quem bebe exageradamente engorda, aqueles que bebem com moderação podem perder peso.

Uma porta-voz do grupo de pesquisa na Universidade de Navarro, Espanha, disse: "Consumo leve a moderado de álcool, especialmente de vinho, é mais propenso a proteger contra, ao invés de promover, o ganho de peso. Como associações positivas entre álcool e ganho de peso foram descobertas principalmente em estudos com dados sobre níveis maiores de consumo, é possível que um efeito de ganho de peso ou adiposidade abdominal podem só ocorrer com aqueles que bebem sem moderação".

Eles adicionaram que o tipo de bebida alcoólica pode ter um papel importante em modificar os efeitos do consumo de álcool, como efeitos mais favoráveis geralmente notados entre os que bebem vinho.

O Fórum Científico Internacional de Pesquisa em Álcool reviu as descobertas e concordou com a maioria das conclusões, particularmente que os dados atuais não indicam claramente se o consumo moderado aumenta o peso.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

The Special Wineries” – degustação de vinhos da Áustria – matéria completa



“Se você quer quiser provar os vinhos mais fascinantes da Áustria, procure os de uvas nativas mais antigas. Entre os tintos, Blaufränkisch, Sankt Laurent, Zweigelt. Na ala das brancas Grüner Veltliner, Gelber Müskateler ou até raridades como a Roter Veltliner não podem ser esquecidas”. Hugh Johnson – Guia de Vinhos 2008
  
Na tarde de 20 de setembro de 2011, tivemos a oportunidade de participar de uma  inédita degustação de vinhos brancos, rosados, tintos e de sobremesa da Áustria. A organização da degustação coube a Lucila Taninaga e Maurício Rodrigues, dirigentes da “The Special Wineries”, única importadora especializada em vinhos da Áustria na América Latina. O local escolhido também foi apropriado: o Restaurante  Austríaco Wolf’s Garten, sito à Rua Lisboa 284, tel 011 3088-4376, comandado por Markus Wolf e sua mulher Mônica. 



Sobre a “The Special Wineries”
Como supramencionado, a importadora tem foco nos vinhos austríacos e detém a exclusividade de 21 das principais vinícolas da Áustria que compreendem uma seleção especial de 70 rótulos entre brancos, rosés, tintos, espumantes e vinhos doces, de uvas “internacionais” e autóctones. A ”The Special Wineries” é apoiada pela Österreich Wein Marketing(OWM) – organização governamental austríaca responsável pela manutenção da qualidade, divulgação e incremento de vendas do vinhos da região.  “The Special Wineries”, www.vinhosdaaustria.com.brRua Geraldo dos Campos Moreira, 17 – Brooklin – São Paulo – 04571-020 – tel. 4306-6151 / 8449.1578

Os vinhos austríacos de destacaram no frescor e na vocação gastronômica
 Vinhos degustados (todos Biodinâmicos):
Loimer Terrassen Reserve 2009 – álcool: 13% – região: Kamptal – uva: Gruner Veltliner – preço: R$ 109,50  
 
Weingut Hirsch Zobing 2009 – álcool: 12% – região: Kamptal – uva: Riesling – preço: R$ 89,70 
 
 
Wenzel Gelber Muskateller 2009 – álcool: 11% – região: Burgenland – uva: Gelber Muskateller – preço: R$ 89,50
 
 
Juris Rosé 2009 – álcool: 11,5% – região: Burgenland – uva: Sankt Laurent – preço: R$ 78,50 
 
Umathum Zweigelt Classic 2009 – álcool: 12,5% – região: Burgenland – uva: Zweigelt – preço: R$ 87,50 
 
 
Heidi Scrock Weinbäuerin in Rust Kraxner 2008 – álcool: 13,5% – região: Burgenland – uva: Sankt Laurent – preço: R$ 107,50
 
 
Prieler Leithaberg 2008 – álcool: 13,5% – uva: Blaufrankisch – região: Burgenland – preço: R$ 179,50
 
 
Weingut Sonnenmulde Eiswein 2003 – álcool: 9,8% – região: Burgenland – uva: Samling – preço: R$ 138,50
 
 
 
 
  
A Áustria vinícola
A maior parte dos vinhedos austríacos concentra-se no Leste e no Sudeste do país. Muitos deles prolongam-se fora de suas fronteiras políticas, por territórios do antigo império Austro-Húngaro. perdidos os vinhedos dos velhos tempos, foram os monges medievais que os replantaram no século X. Atualmente há cerca de 45 mil empresas que produzem anualmente 2,8 milhões de hectolitros de vinho a partir de 50 mil hectares de vinhedos. É uma produção que não cobre a demanda interna de um país no qual são consumidos 37 litros por pessoa ao ano. Na Áustria bebe-se principalmente vinho branco, de preferência vinhos do ano, cuja presença nos bares é anunciada por bandeirinhas com a palavra Huerigen. São vinhos frescos, claros, leves e frutados.
Os vinhos austríacos são classificados em três grandes categorias:Tafelwein, vinho de mesa que deve ter pelo menos 11,5° de álcool;Landwein, equivalente ao vin de pays francês; e Qualitätswein, vinho feito com variedades selecionadas e em regiões cujos nomes devem aparecer no rótulo. Os Prädikat são vinhos de qualidade com normas estritas, em cujos rótulos deve constar, além da safra, o tipo: Kabinett, sempre seco; Spätlese,outro tipo de seco; Auslese, um pouco doce, e seco caso apareça comoTrockenBeerauslese e Trockenbeerenauslese, sempre doces; eAusbruch, vinho de sobremesa.
Há 16 zonas vinícolas divididas em quatro grandes regiões: Baixa Áustria(Niederösterreich, Burgenland), Estíria (Steiermark) e Viena (Wien). A mais importante delas é a Baixa Áustria.
 
 
Clima
Os invernos na Áustria são frios, um pouco úmidos e longos, mas também verões quentes, elevada insolação e o efeito moderador do lado Neusiedler, que a tornam ideal para produção de tintos e brancos.
 
 
Baixa Áustria
É a grande produtora do país, com 75% dos vinhedos. A variedade predominante é a uva branca Grüner Vetliner. Os melhores vinhos são os das regiões de  Wachau (em especial os Kremser e osDünsteiner), Weinviertel (a maior das 16 zonas e produtora de 30% dos vinhos austríacos), Kamptal (onde são elaborados os excelentes, ácidos e picantes vinhos de Grüner Vetliner), Thermen (a região mais meridional da Baixa Áustria, com excelentes vinhos brancos encorpados) e no entorno deBad Vöslau, onde a cepa Portugieser dá origem ao excelente Vöslauer.
  
 
Descrição e avaliação dos vinhos:
  
 
Loimer Terrassen Reserve 2009 – álcool: 13% – região: Kamptal – uva: Gruner Veltliner – preço: R$ 109,50 – vinho Biodinâmico de vinhedo único parreiras antigas plantadas em terraços - palha claro esverdeado. Nariz delicado com notas florais sobre um fundo de fruta de polpa branca. Algumas sugestões defumadas também foram percebidas. Na boca é um vinho macio, fresco, mineral, cítrico, que termina limpo e persistente. Cresceu na harmonização com salada de aspargos marinados com sopa de aspargos. Avaliação: 88,5/100 pts.
 
 
Weingut Hirsch Zobing 2009 – álcool: 12% – região: Kamptal – uva: Riesling – preço: R$ 89,70 – vinho Biodinâmico – Zobing significa “terraço no topo da montanha”. Isto é, as videiras estão plantadas em terraços, como ocorre no Douro. Com três meses de amadurecimento em madeira, apresentou cor palha claro com reflexo esverdeado. Aromas minerais sobre fundo cítrico. Na boca se revelou um vinho denso, encorpado, fresco, vivaz, de média persistência, sem amargor. Cresceu na harmonização com filé de truta acompanhada de raiz forte. Vinho muito elogiado pelos degustadores.Avaliação: 88/100 pts.
 
 
 
Wenzel Gelber Muskateller 2009 – álcool: 11% – região: Burgenland – uva: Gelber Muskateller – preço: R$ 89,50 – vinho Biodinâmico de vinhedo único fermentado em cuba de aço inoxidável palha claro quase translúcido. Nariz de perfil adocicado, a lembrar Moscatel, mesclado a uma nota floral (rosas). Na boca, seu sabor exótico lembra Gewürztraminer, só que mais seco. Estruturado, mastigável, fresco, seu intenso fim-de-boca além do acento mineral, evoca ervas. Média persistência. Foi bem na harmonização com “Gnocchi de abobora com maçã verde”. Avaliação: 87,5/100 pts. 
 
 
 
 
Juris Rosé 2009 – álcool: 11,5% – região: Burgenland – uva: Sankt Laurent (derivada da Pinot Noir)  - preço: R$ 78,50 – vinho Biodinâmico – sedutor na cor salmão brilhante e límpida. Nos aromas fruta vermelha em profusão, com destaque para cereja, framboesa  e morango. Na boca é aquilo que se espera de um rosé: um vinho fresco, frutado, fácil de beber e de perfil gastronômico, eis que cresceu na harmonização com beef tartare.  Avaliação: 87/100 pts.   
 
 
 
Umathum Zweigelt Classic 2009 – álcool: 12,5% – região: Burgenland – uva: Zweigelt – preço: R$ 87,50 - vinho Biodinâmico, colheita manual, vinhedos plantados em planícies. Cor vermelho rubi de média concentração. Aromas poucos intensos com ênfase na fruta vermelha sobre um fundo especiado. Na boca confirmou os aromas, todavia, exibiu corpo magro, taninos leves, boa acidez, madeira sem incomodar (amadurecido em tonel de carvalho austríaco sem tosta – 35.000 a 50.000 litros) e discreto acento  mineral. Pouco persistente, cresceu na harmonização com Goulash de vitello com spaetzle.  Avaliação: 85/100 pts.
 
 
 
 
Heidi Scrock Weinbäuerin in Rust Kraxner 2008 – álcool: 13,5% – região: Burgenland – uva: Sankt Laurent – preço: R$ 107,50 – vinho biodinâmico, vinhedo único e antigo. Fermentação malolática e fermentação em barrica austríaca. Exibiu cor vermelho rubi  intenso.  Pouco intenso nos aromas com alguma fruta.  Na boca um degrau a mais. Tânico (boa qualidade), salivante, estruturado, picante e sobretudo um vinho fresco. Foi muito bem escoltando  ” Wiener Schnitzel com aspargos verdes”.Avaliação: 88/100 pts.
 
 
 
Prieler Leithaberg 2008 – álcool: 13,5% – uva: Blaufrankisch – região: Burgenland – preço: R$ 179,50  -   Vinho Biodinâmico de vinhedo único, de mais de trinta anos plantados  em colinas. Amadurecido durante 20 meses em carvalho austríaco. Apresentou cor vermelho rubi intenso com reflexo violáceo. Alguma complexidade olfativa com fruta madura sobre notas defumadas.  Na boca é um vinho denso, potente, de taninos presentes de boa qualidade. Persistente, foi bem na harmonização com   Lombo Cordeiro com cogumelo porcini e polenta”. Avaliação:  88,5/100 pts.
 
 
 
 
Weingut Sonnenmulde Eiswein  2003 – álcool: 9,8% – região: Burgenland – uva: Samling – preço: R$ 138,50 (375 ml) – Vinho Biodinâmico de uvas colhidas manualmente sob condições de congelamento (- 7° C). Leve prensagem  seguida de fermentação. Amadurecimento por 36 meses em barrica francesa. Apresentou cor  amarelo intenso com reflexo dourado brilhante. Aberto e complexo nos aromas com fruta madura (damasco), mel, própolis  sobre um fundo defumado. Na boca outro vinho que se destaca por seu frescor e elegância.  Além disso é untuoso, equilibrado, fino, delicado, profundo. Toda sua estrutura está calcada na fruta (maçã e geléia de laranja). Termina longo, intenso. Perfeito na harmonização com “Kaiserschmarren com frutas frescas e queijo gorgonzola”. Avaliação: 90/100 pts.
 
 
 
Conclusão
Os vinhos austríacos agradaram. Com a saturação do mercado relativamente à algumas procedências, inclusive do Velho Mundo, o ingresso desse tipo de vinho se reveste numa opção confiável, principalmente por sua nítida vocação gastronômica. Aliás, correta a decisão de apresentá-los  num restaurante de comida austríaca, eis que puderam mostrar todas suas aptidões. Uma das estrelas realmente foi o branco elaborado com a picante branca Grüner Veltliner. Tanto brancos e tintos se mostraram equilibrados, ostentando boa fruta e se destacaram em dois quesitos: fruta e frescor, com vantagem para os brancos. O Eiswein realmente brilhou. Segundo informação do importador, das 5.000 garrafas da primeira importação, restaram poucas, o que não deixa de ser um indicador de sua receptividade. Nem seu preço elevado (R$138,50) prejudicou suas vendas. Agora resta saber se os outros vinhos  terão aceitação  do público. Fica consignada a nossa torcida para que isso ocorra, porque qualidades não lhes faltam. Quem quiser experimentá-los poderá fazê-lo preferencialmente no simpáticoRestaurante Wolf’s Garten, provavelmente o único da cidade de São Paulo especializado em comida e vinhos austríacos. Endereço: Rua Lisboa 284, Jardim Paulista, cep 05413-000 – tel. 011 3088-4376 ouinfo@wolfsgarten.comOu então ligar para a importadora que te indicará os pontos de venda – telefones: 011-4306-6151 / 8449.1578