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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TANNAT URUGUAIA DE LONGE O MELHOR ANTI-ENVELHECIMENTO!!!

Variedade Tannat é rica em antioxidantes naturais, que também ajudam a prevenir doenças, entre elas, alguns tipos de câncer.
Sandro Dalpícolo
Montevidéu (Uruguai)

Música, alegria e fartura de dar água na boca. No Mercado do Porto, um dos principais centros de gastronomia de Montevidéu, dá para ter uma idéia do que o uruguaio come e o que ele oferece aos turistas. A parrillada, por exemplo, é muito parecida com o churrasco brasileiro.
É fácil entender por que o Uruguai é o segundo maior consumidor de carne bovina do mundo. O país perde apenas para a Argentina. No ano passado, cada uruguaio comeu, em média, 54,7 quilos de carne. Quase 20 quilos a mais que o consumo dos brasileiros.
Decididamente, o Uruguai é um país de carnívoros. Com tanta carne, tantos assados, tanta gordura, como será que os uruguaios estão cuidando da saúde?
A ciência já descobriu que o vinho contém substâncias que fazem bem a nossa saúde, ajudam a prevenir doenças, especialmente as do coração. Agora, novas pesquisas revelam que a quantidade dessas substâncias é maior em algumas variedades de uva. Uma das campeãs é a tannat, a uva mais plantada no Uruguai.
A variedade, que produz um vinho de vermelho intenso, foi levada da França, no fim do século 19. O nome tannat se deve à forte presença de taninos, que são antioxidantes naturais: combatem o envelhecimento precoce e ajudam a prevenir doenças, entre elas, alguns tipos de câncer.
Uma pesquisa do Instituto Clemente Estábile, em Montevidéu, comparou três variedades de vinhos produzidos no Uruguai: Tannat; Merlot e Cabernet Sauvignon. A pergunta era: qual dos três tipos de vinho seria capaz de retardar por mais tempo a decomposição em cérebros de ratos? O vinho Tannat obteve, de longe, o melhor resultado.
"Todos nós temos defesas que são capazes de contra-atacar os radicais livres, mas, quando eles estão em uma quantidade excessiva, nossas próprias defesas não são suficientes. Então, os antioxidantes vão ajudar o organismo a atacar esses radicais livres e a melhorar certas enfermidades onde se produz isso", explica a bioquímica Carolina Echeverri.
No Brasil, outra descoberta: pesquisadores da PUC de Porto Alegre também compararam vários tipos de vinho tinto e encontraram no Tannat uma elevada quantidade de resveratrol, um antioxidadente potente, batizado de elixir da juventude.
"O resveratrol é um antioxidante diferente porque atua em uma proteína chamada cirtuina, que está ligada ao envelhecimento. Essa proteína evita doenças do envelhecimento, como Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer e doenças cardiovasculares", diz o químico André Arigony.
O cardiologista e professor da Universidade Católica de Montevidéu, Ricardo Benedetti, indica o Tannat para seus pacientes, mas alerta: "Se você já é consumidor de vinho, siga tomando em doses pequenas, porque o vinho pode, em quantidades grandes, levar ao vício e aí entra em outro problema".
Os pacientes que seguem a recomendação perceberam melhoras. O narrador esportivo Carlos Munhoz toma uma taça de Tannat por dia no jantar. E diz que o bom colesterol subiu de 50 para 60 miligramas, o que afasta o risco de um infarto, por exemplo. "Estou me sentindo melhor", afirma Carlos Munhoz.

O encontro de Lafite com Catena

Não dá para fugir da piada. O Caro, vinho que reúne o talento e as iniciais de Catena Zapata e Rothschild (Lafite), é tão bom que não é caro. A joint venture franco-argentina fez dez anos e possibilitou uma vertical fenomenal. Num encontro recente com Estela Perinetti, a enóloga, ela explicou a grande liberdade que as duas importantes empresas permitem, o que é curioso dentro de estruturas tão gigantescas. O porcentual básico do vinho, conceitualmente, pelo menos, é 50-50, um peso idêntico para o que seria o lado francês (a Cabernet) e o platino (a Malbec), mas varia sutilmente conforme as safras de cada ano.


Alex Silva/AE
Fiquei encantado pela evolução do Caro 2000. Provado na época do lançamento, lembro de ter achado o vinho pesado e apenas um corte banal a mais, que não acrescentaria nada ao universo dos vinhos. Como estava enganado! Tinha raciocinado em termos sul-americanos, de vinhos para consumo imediato.
Para "ler" esse vinho, precisava pensar com uma cabeça mais próxima de Bordeaux. O Caro necessitava de tempo na garrafa e hoje, dez anos depois, está com fineza e elegância bordelesas e o raçudo espírito argentino. Além de ser um raro exemplo de vinho argentino que ganha complexidade com a passagem do tempo.
Lembrando dos excelentes Chardonnays que levam o nome Catena Zapata, perguntei se não haverá um Caro branco. Estela riu, disse que nem pensaram nisso. Uma pena.

Bordeaux em Mendoza

(1) O 2000 está em evolução. É um vinho sublime, taninos firmes e finos, ótimo corpo. Delicioso.

(2) O 02 precisa de tempo, taninos ainda um pouco secantes.

(3) O 05 é saboroso e carnudo, com um nariz bem expressivo de fruta madura.

(4) O 06 é um vinho ainda com taninos por amaciar, mas de grande elegância e equilíbrio. Muito bom.

(5) O 07 é uma criança, precisa de tempo para ganhar a notável presença do 2000. Em todos surpreende a capacidade de serem bebidos agora, embora compense esperar. Ainda é cedo para tachá-los de os melhores argentinos, mas são grandes vinhos.