Não há definição sobre que preço seria esse, mas negociadores disseram ao Estado que se trata de vinhos de mesa, mais populares. Não estão incluídos, por exemplo, os vinhos finos, mais caros e sofisticados, fabricados a partir de uvas reconhecidas, como Carmenére, Syrah e Cabernet Sauvignon.
Ficou acertado que os importadores e supermercados brasileiros deixarão voluntariamente de comprar os vinhos de mesa fabricados fora do Brasil. O mesmo procedimento que já adotam em relação à Argentina.
Já os vinhos finos continuarão entrando no País, mas a diferença é que tendem a enfrentar mais concorrência dos vinhos finos brasileiros.
Consumo
Para conseguir isso, os supermercados lançarão campanhas para divulgar a qualidade do vinho nacional, aumentarão a exposição dos produtos na gôndola e cumprirão uma agenda de feiras, degustações e rodadas de negócio com produtores nacionais para ressaltar a qualidade dos bons vinhos brasileiros.
Por trás do acordo está a ideia de obrigar os vinhos importados a concorrer com os melhores vinhos nacionais. Um grupo de trabalho do setor privado, acompanhado pelo governo, vai monitorar o acordo, fechado na quinta-feira.
Por trás deste esforço, está a ideia de aumentar o consumo de vinho no Brasil, hoje em torno de 1,9 litro da bebida por ano per capita, para cerca de 2,5 litros por ano por pessoa. Na Argentina, essa média é de 40 litros anualmente.
Com o aumento para 2,5 litros, o governo e o setor privado acreditam que haverá espaço para consumir toda a produção nacional e ainda por cima sobraria espaço para importar os vinhos finos de fora, sem prejuízo aos produtores domésticos.
Salvaguarda
Já está confirmado, no entanto, que não haverá salvaguarda para vinhos importados, assunto que poderia render queixas internacionais de protecionismo contra o governo Dilma Rousseff.
Durante a Festa da Uva em Caxias do Sul (RS), Dilma prometeu em fevereiro deste ano proteger os produtores nacionais contra "práticas predatórias" de vinícolas estrangeiras.
Agora, o acordo privado livra o governo de criar uma briga com outros produtores, como o Chile e a União Europeia, na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os fabricantes nacionais ficam satisfeitos com o esforço em prol da bebida brasileira e os importadores mantêm a liberdade de comprar vinhos finos do exterior.
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