Uma taça da bebida ao dia poderia substituir medicação, mas especialistas alertam que o hábito de beber traria outros riscos
(Martin Bernetti / AFP)
A Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida, em Viena, na Áustria, acaba de descobrir mais um dos benefícios que o vinho tinto pode trazer à saúde. Segundo Alois Jungbauer e sua equipe, uma taça ao dia da bebida pode manter a diabetes tipo 2 sob controle.
Isso acontece porque, conforme revelou o estudo da equipe, uma pequena taça de vinho contém a mesma quantidade de PPAR-gamma (substância ativa no controle dos níveis de açúcar no sangue) presente em uma dose de medicamento usado no tratamento da doença. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores compararam as quantidades da substância em doze tipos de vinho e concluíram qaue os tintos tinham mais PPAR-gamma que os demais. Então, eles analisaram os efeitos dessa substância nas células e determinaram que ela existia em proporções suficientes para competir com a droga Avandia.
Apesar da boa notícia, alguns aspectos devem ser considerados antes de uma adesão imediata à dose diária da bebida. A organização Diabetes UK, da Grã-Bretanha, por exemplo, reagiu ao estudo argumentando que vinho é muito calórico, o que pode levar ao aumento do peso e a conseguinte perda de todos os benefícios advindos das propriedades da bebida.
Os pesquisadores do estudo austríaco replicaram, dizendo que, ingerido com moderação e acompanhado de uma dieta de calorias, o vinho seria uma ótima alternativa à medicação. “'Moderação' quer dizer uma taça ao dia para mulheres e duas para os homens”, explicou Jungbauer. “Nosso grande problema é pregar um estilo de vida saudável, porque vinho em excesso causa diabetes e obesidade”, acrescenta.
Diabetes - A doença ocorre quando o pâncreas é incapaz de produzir insulina suficiente – hormônio que controla a quantidade de açúcar no corpo. Há também casos em que a insulina é produzida, mas não funciona adequadamente. Grandes quantidades de açúcar no sangue, por sua vez, podem levar a problemas cardíacos, cansaço, cegueira, danos nervosos, problemas nos rins e apoplexia.