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terça-feira, 2 de novembro de 2010
Bebidas tradicionais do Mundo Árabe: Arak,vinhos,cervejas...!
O ainda presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou a Síria em 3 de dezembro de 2003. Ao fim de um jantar com o líder sírio, Bashar al Assad, o chefe de Estado brasileiro propôs um “brinde”. A bebida era suco. Mesmo assim, a declaração foi suficiente para que alguns jornais do Brasil classificassem a atitude do presidente como gafe. O argumento de jornalistas brasileiros que acompanhavam Lula era o de que a Síria era um país islâmico. Pena que, pelo menos naquela ocasião, a gafe foi dos repórteres, e não do presidente brasileiro.
Brindar é comum no mundo árabe. A expressão usada é Sahtein, que equivale a “duas saúdes”. Em segundo lugar, a Síria não é um país islâmico. A maior parte da população pode ser muçulmana, mas a nação não é regida pelo islamismo. Restaurantes e supermercados vendem bebidas. Mais do que isso, a Síria produz arak, a bebida destilada tradicional nesta região do mundo, que deve ser consumida misturada à água.
Os principais produtores de arak são a Síria e o Líbano. Os dois vizinhos disputam o título de “melhor arak do mundo”. O que ninguém nega no Oriente Médio, porém, é sobre onde se produz o melhor vinho, outra bebida com história no mundo árabe. Iraquianos, egípcios, sírios e palestinos dirão com certeza que é em Zahle, no vale do Beqaa.
As marcas tradicionais são a Ksara, Kfraya e Musar. As vinículas podem ser visitadas ao longo de todo o ano, mas a melhor época é o outono. Lembra muito o sul da França. Inclusive, muitos frequentadores são franceses, além dos tradicionais imigrantes libaneses de Montreal (Canadá) que são fascinados por esta parte do Líbano, que tem crescido como destino de amantes do vinho. Sauditas e outros árabes provenientes de países onde impera a lei seca também aproveitam a liberdade dos cedros libaneses para beber um pouco.
Os visitantes se hospedam em Zahle, conhecida como a “noiva do Beqaa” e, sem dúvida, uma das cidades mais charmosas do Líbano. A cada dia, vão a uma vinícula diferente fazer degustação. À noite, podem sentar em um dos restaurante à beira do rio Bardauni e desfrutar de pratos da culinária libanesa enquanto consomem uma taça de Ksara. Sem correr o menor risco de “cometer uma gafe”.
Além do vinho e do Arak, não dá para esquecer de citar as cervejas árabes. A mais conhecida é a libanesa Almaza, que em 2008 ganhou a concorrência da 961 (uma alusão ao código de área libanês).
Para quem está em São Paulo, não é difícil encontrar os vinhos libaneses na cidade. Há uma distribuidora das principais marcas do Beqaa na capital paulista(Zahil). Por outro lado, para os cervejeiros, fica um pouco mais complicado encontrar a Almaza.
À passos de formiga minas começa migrar do "vinho de Jabuticaba" para o de UVA
BELO HORIZONTE [ ABN NEWS ] — O vinho de jabuticaba é um dos produtos mais conhecidos do município de Catas Altas, região Central de Minas Gerais. A atividade é uma importante fonte de renda para muitas famílias. E a necessidade de diversificar a produção e conquistar novos mercados tem levado alguns produtores a investir na fabricação de vinho de uva. A ideia ganhou um incentivo a mais com a implantação de duas unidades demonstrativas e um viveiro no município onde são cultivadas variedades adaptadas à região e de boa produtividade.
O cultivo da uva já foi uma tradição no município, mas, nos últimos 50 anos perdeu força, o que favoreceu o desenvolvimento de um outro produto: o vinho de jabuticaba. Atualmente são produzidas cerca de 25 mil garrafas por ano deste produto.
Em 2001, a atividade ganhou mais força com a fundação da Associação de Produtores de Vinho, Agricultores Familiares e outros Produtos Artesanais de Catas Altas (Aprovart). “A criação da entidade foi uma segurança a mais para nós produtores”, disse a presidente Édina Pereira da Silva.
E foi com o surgimento da Aprovart que a ideia de retomar a produção de uva no município foi proposta. A partir daí a associação e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) iniciaram um trabalho de mobilização dos produtores.
Hoje, 10 produtores investem no vinho de uva. A produção do município chega a 5 mil garrafas por ano. O produto é comercializado apenas em Catas Altas. O aposentado Elias Lobão é um dos produtores que decidiram apostar na produção de vinho de uva. Por ano, ele produz 230 garrafas. O produtor fabrica vinho seco e suave. “O produto tem boa aceitação”, diz. Elias também trabalha com vinho de jabuticaba. São 500 garrafas produzidas no ano. Mas, o produtor espera aumentar a produção de vinho de uva. “O que falta é só espaço. Quem sabe mais pra frente isso é possível”, afirma.
Viveiro
Em 2008, com o objetivo de estimular ainda mais a atividade, a Emater-MG, Aprovart e prefeitura implantaram no município duas unidades demonstrativas. No ano passado, foi a vez de um viveiro. Por meio dessas unidades a empresa tem levado aos produtores novas tecnologias.
No viveiro e nas unidades são cultivadas duas variedades de uva: niagra branca, indicada para o consumo in natura, e a bordô-folha de figo, mais utilizada para a fabricação de vinho. As mudas foram adquiridas na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). “Elas são resistentes, se adaptam sem dificuldades à nossa região e apresentam bom índice de produtividade”, explica o extensionista do escritório da Emater-MG de Catas Altas, Carlos Roberto Alves.
A ideia é que essas variedades de uva se tornem as mais cultivadas no município. Em dezembro, ocorre a primeira colheita em uma das unidades demonstrativas. A expectativa é colher uma tonelada de uva. A outra unidade só deve produzir no ano que vem.
Os extensionistas também orientam sobre o manejo correto das videiras. Os produtores aprendem cuidados básicos como adubação e controle de pragas e ervas daninha. “A capina evita que as ervas daninha concorram com as videiras quanto à absorção dos nutrientes do solo”, explica Carlos Alves. Outra orientação passada pelo técnico é com relação à poda. “É necessário fazer uma poda drástica no mês de agosto e outra leve em outubro”, diz o extensionista.
Elias Lobão comprou seis mudas da variedade bordô-folha de figo, que foram plantadas em setembro deste ano. “Eu comprei para produção de vinho. Elas estão desenvolvendo bem e se der certo eu plantarei mais”, afirma o produtor. Segundo a presidente da Aprovart, quatro associados já produzem vinho de uva. Mas, com a implantação das unidades demonstrativas esse número deve aumentar. Para Édina Pereira a diversificação é uma boa opção e deve abrir novos mercados. “Existem paladares variados. Então, basta oferecer o produto que vai ter comprador. E aqui, em Catas Altas, muita gente procura vinho de uva”, diz a presidente.
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