No mundo vinícola, em que muitos países se rendem ao domínio de ícones internacionais, como as uvas Cabernet Sauvignon e Chardonnay, Portugal parece continuar na contramão da História ao preservar com orgulho suas cepas tradicionais. Antes de ser um defeito, é isso que dá identidade ao vinho português e o diferencia entre os iguais. Há dezenas de uvas tipicamente lusas, cada uma com suas características. Mas a tinta Touriga Nacional cada vez mais espalha suas raízes por todo o país e se firma como a grande casta da terra.
Até pouco tempo, era considerada a nobre estrela do lote que compõe o Vinho do Porto e os tintos do Douro. Hoje, a Touriga Nacional é celebrada em diversas outras regiões portuguesas e está na base de vinhos de qualidade no Dão, Estremadura, Ribatejo, Alenquer, Beiras, Alentejo, Bairrada, Península de Setúbal e até no Algarve.
Normalmente, os vinhateiros portugueses preferem produzir vinhos com uma mistura de diferentes castas, pois acreditam desta maneira explorar e reunir as melhores virtudes de cada uma. Ainda assim, começam a surgir produtores que apostam nas vinhos varietais, aqueles feitos com uma única espécie, ou com predominância de determinada uva. Na linguagem local, são os monocastas, ou vinhos vinificados em estreme. Neste caso, uma das uvas mais utilizadas é a Touriga Nacional.
Recentemente, a prestigiada Revista de Vinhos, editada em Lisboa, realizou uma degustação especial de tintos à base de Touriga Nacional vindos de todo o país e analisou nada menos do que 42 amostras - varietais ou de assemblage. A equipe de especialistas concluiu que a casta evoluiu muito nos últimos anos, resultando em vinhos com grande concentração de cor, complexos, elegantes e fáceis de beber. Falta-lhe apenas desenvolver aromas mais intensos de fruta, que podem ser agregados pelo apoio de outras cepas. É interessante notar que, por suas qualidades, a Touriga já atrai também o interesse de viticultores de outros países, como da Espanha, EUA, África do Sul e principalmente, da Austrália.
Até pouco tempo, era considerada a nobre estrela do lote que compõe o Vinho do Porto e os tintos do Douro. Hoje, a Touriga Nacional é celebrada em diversas outras regiões portuguesas e está na base de vinhos de qualidade no Dão, Estremadura, Ribatejo, Alenquer, Beiras, Alentejo, Bairrada, Península de Setúbal e até no Algarve.
Normalmente, os vinhateiros portugueses preferem produzir vinhos com uma mistura de diferentes castas, pois acreditam desta maneira explorar e reunir as melhores virtudes de cada uma. Ainda assim, começam a surgir produtores que apostam nas vinhos varietais, aqueles feitos com uma única espécie, ou com predominância de determinada uva. Na linguagem local, são os monocastas, ou vinhos vinificados em estreme. Neste caso, uma das uvas mais utilizadas é a Touriga Nacional.
Recentemente, a prestigiada Revista de Vinhos, editada em Lisboa, realizou uma degustação especial de tintos à base de Touriga Nacional vindos de todo o país e analisou nada menos do que 42 amostras - varietais ou de assemblage. A equipe de especialistas concluiu que a casta evoluiu muito nos últimos anos, resultando em vinhos com grande concentração de cor, complexos, elegantes e fáceis de beber. Falta-lhe apenas desenvolver aromas mais intensos de fruta, que podem ser agregados pelo apoio de outras cepas. É interessante notar que, por suas qualidades, a Touriga já atrai também o interesse de viticultores de outros países, como da Espanha, EUA, África do Sul e principalmente, da Austrália.
ORIGENS
Embora tenha sua fama associada ao Vinho do Porto e aos tintos de mesa do Douro, um certo mistério cerca as origens da Touriga Nacional. É difícil precisar em qual região vinícola portuguesa ela nasceu. Alguns estudiosos dizem que ela provém do Dão, apoiando essa afirmação em antigos relatos. Em 1900 Cincinnato da Costa escreveu, em seu livro "O Portugal Vinícola", que no século XIX 90% dos vinhedos do Dão eram plantados com esta uva - ali chamada de Tourigo ou pelos sinônimos Mortágua, Preto Mortágua ou Elvatoiriga. Seja como for, é cultivada nas duas regiões desde um passado longínquo.
Enigmático, entretanto, é o declínio da Touriga no Dão depois da tragédia provocada pela Filoxera, a praga que devastou quase todos os vinhedos europeus no final do século XIX.. Ao contrário de outras áreas, as vinhas ali não foram replantadas com a casta que predominava antes. Acredita-se que a espécie perdeu o vigor, por falta de adequação dos porta-enxertos americanos, necessários para escapar dos efeitos mortais da doença.
Com as inovações tecnológicas atuais, especialmente na seleção de clones, a Touriga Nacional voltou a ser importante no Dão. "É a nossa grande casta", atesta o respeitado enólogo Manuel Vieira, da Sogrape, que esteve no Brasil no ano passado para divulgar os vinhos da região. Segundo ele, cepa é bastante resistente ao excesso de chuva - o que a torna bastante adequada ao Dão, onde a umidade é um velho problema.
Manuel Vieira aponta diferenças entre as uvas colhidas no Douro e no Dão. Segundo ele, no Douro, por ser mais quente, a uva amadurece mais, embora tenha menor grau de acidez. No Dão, a maturação é mais lenta e o vinho apresenta acidez mais equilibrada, o que lhe confere bom frescor. É uma uva que exige paciência do produtor. A cor, por exemplo, demora a tingir o bago, mas no final ultrapassa outras espécies em quantidade de matéria corante. Seus tintos, bem estruturados, suportam bravamente o estágio em barrica de carvalho e se beneficiam com o envelhecimento na garrafa.
OS VINHOS
Por estas características, a Touriga está conquistando adeptos além do Douro e Dão, estendendo-se a outras grandes regiões vinícolas lusas. Na prova especial da Revista de Vinhos, o campeão da rodada foi o Quinta dos Carvalhais 1998, da Sogrape, produzido no Dão pelo enólogo Manuel Vieira. Também se destacaram o Quinta do Vale da Raposa 2000 (produtor Domingos Alves de Souza), do Douro e o Cumieira 1999 (Ezequiel Vale Carvalho), da Estremadura, o Borges 2000, do Dão, o Grand'Arte 2000 (DFJ), da Estremadura, o Quinta dos Roques 2000, também do Dão e o Quinta São João 2000 (Soc. Agrícola Pinhal da Torre), do Ribatejo.
No Brasil, a Sogrape é representada pela importadora Nunes Martins; a DFJ, do conceituado enólogo José Neiva, pela Maison du Vin; e os vinhos de Domingos Alves de Souza, pela Decanter. Infelizmente, nem todos os outros premiados chegam ao mercado nacional. Mas o consumidor brasileiro pode conhecer o potencial da Touriga Nacional também em muitos outros produtos. Os tintos da Casa Santos Lima, da Estremadura, por exemplo, são importados pela World Wine/La Pastina; Quinta De La Rosa e Quinta Seara D'Ordens, do Douro, são trazidos pela Expand.
Na importadora Mistral são encontrados Touriga Nacional de diversas regiões, como o Quinta de Pancas, do Alenquer; Primum, feito pela casa José Maria da Fonseca na Península de Setúbal; Quinta de Saes, do Dão; Quinta da Portela da Vilariça, Quinta da Mata de Baixo e Lavradores de Feitoria, do Douro; Falua Tercius e Quinta da Lagoalva de Cima, do Ribatejo. Nos supermercados, estão à disposição do consumidor o Quinta do Cachão Touriga Nacional, da casa Messias (Douro); e o Touriga Nacional da Herdade do Esporão (Alentejo). São vinhos com diferentes estilos, mas todos têm em comum a garantia do berço, já que predomina em sua composição esta grande uva portuguesa.
No Brasil
Um vinho ímpar. Casta de origem portuguesa que encontrou em Encruzilhada do Sul um ambiente extremamente favorável, gerando um vinho potente, encorpado, com aromas intensos e complexos, e paladar harmônico e marcante.
Top 10 melhores touriga nacional
O júri é de peso, vejam:
Reino Unido: Jancis Robinson MW (presidente do júri) & Neal Martin
Estados Unidos da América: Doug Frost MS MW & Mary Ewing Mulligan MW
Alemanha: Kristine Baeder & Stephan Reinhardt
Asia: Tomoko Ebisawa, Need Goodwin MW, Tommy Lam & Simon Tam
Brasil: Guilherme Rodrigues & Luis Horta
Países Nórdicos: Tom Marthinsen
Portugal: José Salvador & Luis Lopes
Estados Unidos da América: Doug Frost MS MW & Mary Ewing Mulligan MW
Alemanha: Kristine Baeder & Stephan Reinhardt
Asia: Tomoko Ebisawa, Need Goodwin MW, Tommy Lam & Simon Tam
Brasil: Guilherme Rodrigues & Luis Horta
Países Nórdicos: Tom Marthinsen
Portugal: José Salvador & Luis Lopes
O TOP 10 apontou, na verdade, 12 vinhos, são eles:
Alfaraz Touriga Nacional 2008- Alentejo
Churchill’sEstates Touriga Nacional 2008- Douro
Encontro Touriga Nacional 2008- Bairrada
Herdade São Miguel Touriga Nacional 2008- Alentejo
Inquieto Touriga Nacional 2008- Douro
Marques dos Vales Grace 2008 – Algarve
Munda 2008- Dão
Pedra Cancela Touriga Nacional 2008- Dão
Quinta da Pedra Alta Touriga Nacional 2007- Douro
Quinta das Marias 2008- Dão
Quinta do Cardo Touriga Nacional 2008– Beira Interior
Quinta do Vallado Touriga Nacional 2008- Douro
Churchill’sEstates Touriga Nacional 2008- Douro
Encontro Touriga Nacional 2008- Bairrada
Herdade São Miguel Touriga Nacional 2008- Alentejo
Inquieto Touriga Nacional 2008- Douro
Marques dos Vales Grace 2008 – Algarve
Munda 2008- Dão
Pedra Cancela Touriga Nacional 2008- Dão
Quinta da Pedra Alta Touriga Nacional 2007- Douro
Quinta das Marias 2008- Dão
Quinta do Cardo Touriga Nacional 2008– Beira Interior
Quinta do Vallado Touriga Nacional 2008- Douro
Para quem quiser, este é o momento de comprar os vinhos se acharmos por aqui, pois dentre em breve estarão mais caros, sem dúvida.
Forte abraço, vemo-nos por aqui.