Peter Richards destaca o estilo próprio dos rótulos verde-amarelos, qualificados como refrescantes, leves e com álcool moderado
O Master of Wine inglês, Peter Richards, acaba de divulgar suas impressões sobre a degustação de 13 vinhos e espumantes brasileiros realizada no dia 7 de agosto, no restaurante Brasil a Gosto, em São Paulo. A promoção foi do projeto Wines of Brasil, realizado entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Na ocasião, ele provou três vinhos brancos (Lidio Carraro Chardonnay 2011, Basso Moscatel Virtus 2012 e Villa Francioni Sauvignon Blanc), seis vinhos tintos (Boscato Reserva Merlot 2007, Dunamis Cabernet Franc 2011, Miolo Castas Portuguesas 2008, Pizzato DNA99 Merlot 2005, Salton Talento 2007 e Salton Talento 2006) e quatro espumantes (Aurora Moscatel, Cave Geisse Brut Tradicional, Espumante 130 Casa Valduga e Miolo Terra Nova Brut Rosé).
Em termos gerais, Richards menciona o potencial do vinho brasileiro. Ele ficou impressionado com os novos terroirs que nasceram recentemente no Brasil, citando a Campanha Gaúcha e Santa Catarina. “O estilo próprio é nítido, refrescante e leve – a maioria dos tintos tem 12,5% de álcool”, escreve, em tradução livre. O Master of Wine inglês diz que esta é uma peculiaridade brasileira em comparação com outros países produtores de vinhos do Novo Mundo. Richards fala que os espumantes pelo método charmat é um ponto forte do Brasil, sobretudo por serem bem feitos e de preços acessíveis. Sua aposta de sucesso ficou nos Moscatos, com álcool baixo, refrescantes e agradáveis de beber. “Pode ser um verdadeiro vencedor aqui, tanto no mercado interno como externo”, vaticina.
Segundo Ana Paula Kleinowski, do Wines of Brasil, que acompanhou a degustação, Richards acredita que a tendência de consumo de vinhos espumantes Moscatos, iniciada nos Estados Unidos, tende a se espalhar pela Europa nos próximos anos. Em seu site (http://susieandpeter.com/cheers-brazil/), ele destaca seis rótulos – Dunamis Cabernet Franc 2011, Lidio Carraro Dadivas Chardonay 2011, Pizzato Merlot 2005 DNA99, Quinta do Seival Castas Portuguesas, Salton Talento 2006 e Villa Francioni Sauvignon Blanc.
Pelos comentários publicados no site e feitos ao longo da degustação, Richards ficou especialmente surpreso com o Dunamis Cabernet Franc. Além de considerar o vinho muito bem feito, harmonizando muito bem com a carne servida no almoço, ele comenta que nunca imaginou encontrar um Cabernet Franc com características desta variedade na América do Sul. Entre os rótulos Talento, da Salton, safras 2007 e 2006, ele preferiu este último. Para ele, são dois vinhos completamente diferentes. O Pizzato Merlot 2005 DNA99 foi, para ele, o mais maduro, mais completo e moderno representante dos vinhos tintos brasileiros. O Quinta do Seival Castas Portuguesas 2008, da Miolo, foi descrito como “delicioso”. “Este vinho fala eloquentemente do património Português do Brasil. É muito floral, elegante e um pouco agridoce”. Sobre o Villa Francioni Sauvignon Blanc 2010, diz que encontrou um “estilo ousado”.
O espumante Terra Nova Brut Rosé, da Miolo, agradou pela fruta e cor bonita. “É fácil de beber”, aponta. Os espumantes elaborados pelo método tradicional apresentaram boa fruta, mas, para o Master of Wine, faltou maior acidez e complexidade. “Todos são bem feitos e os charmat são um achado”, relata.
Saiba mais
Peter Richards é Master of Wine e apresentador do programa de TV da BBC1 Saturday Kitchen. Escreve também para a revista Decanter e tem dois livros de vinhos publicados (Wineries with Style eThe Wines of Chile). Ainda participa de outros programas de TV: Include ESPN, Taste (Sky One), Saturday Kitchen Best Bites (BBC2), The Alan Titchmarsh Show (ITV1), Market Kitchen (BBC2/UKTV) e Great Food Live and Food Uncut (UKTV Food).
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