Que eu me lembre, primeiro foi o Orkut. Depois, Facebook, Twitter e tantas outras. Agora, são as redes sociais temáticas. Eu confesso que ignoro todos os novos convites de adesão a novas redes do tipo, tipo Plaxo e tantas outras. Ao Winetag, não resisti.
No Brasil foi lançada há uns seis meses o Winetag, um site dedicado a facilitar a vida, e incentivar o debate e a troca de informações, dos amantes do vinho. Uma espécie de Facewinebook.
Esta semana me encontrei com os seus três idealizadores, que desenvolveram todo o projeto dentro da PUC, como uma tese de mestrado. Um trio superprofissional, e bem divertido. Gente competente e que gosta de comer. O que mais me impressionou na conversa é como foi tudo bem bolado. Todas as minhas perguntas não apenas tinham uma resposta na ponta da língua, mas também tinham uma solução para as questões. Quando eu achava que ia pegar os caras, eles já tinham pensado no assunto, e resolvido bem a parada.
A ideia é simples ao mesmo tempo em que complexa. Como dizia, é uma rede social dedicada ao vinho e, assim, também envolve restaurantes, importadoras, revendedores. Há desde avaliações de vinhos feitas pelos usuários, no melhor estilo TripAdvisor, bem como as fichas técnicas, catadas na internet em sites oficiais. Há receitas, dicas de harmonização, reportagens e artigos, links para endereços relevantes, calendário de eventos.
Quando o usuário chega em um restaurante ou loja cadastrada, caso esteja de posso de um Iphone ou Ipad, um GPS localiza o estabelecimento, e já pode apresentar vinhos e pratos. Há ferramentas de busca espertas. E uma etiqueta colocada nas garrafas permite uma imediata identificação do rótulo, se fotografada pelo celular.
Eles não vendem vinho, mas quem quiser vender lá vinho com desconto, pode (eles não ganham nada com essa operação). E fiquei me perguntando como ganhar dinheiro assim. Só publicidade?
Não, definitivamente. A rentabilidade dos sócios virá daí também, mas pelo que entendi, virá principalmente das parcerias com os restaurantes e lojas de vinho, que passam a colocar os seus menus e cartas de vinhos na parada.
No Rio, a Grand Cru de Ipanema foi a primeira a aderir e quem quiser pode receber a lista de vinhos e pratos da casa num Ipad, navegando livremente pelo conteúdo gerado pelos usuários, e também àquele produzido pela própria Grand Cru, que dá dicas de harmonização para os pratos e também para os vinhos, sempre apresentando possibilidades em distintas faixas de preço.
Para garantir uma produção de conteúdo consistente eles dão maior ou menor peso aos usuários. Quem fala muita coisa diferente da média, perde pontos, por exemplo. Se escrever muita besteira, por exemplo, as suas avaliações sequer são classificadas.
A listas de discussão, às vezes com debates acalorados. E também existe uma geração própria de conteúdo, com reportagens e um blog abastecido por vários colaboradores, como Euclides Penedo Borges e Marcelo Valduga, da família gaúcha que é sinônimo de vinho (não apenas na sua própria vinícola, mas também em outras, como Vallontano e Dom Cândido, ambas também tocada por gente que traz um Valduga no nome).
Eu gosto de coisas bem feitas (e quem não gosta?). Sejam elas vinhos, casas, cardápios ou sites. Por isso, curti o Winetag.
Para encerrar, deixo um link interessante, para uma retrospectiva de 2010. Nela há pérolas como a constatação de que "Pele de Salame é sinônimo de qualidade para 18 usuários, que atribuíram nota média de 4,86 para os vinhos que possuíam este tipo de aroma".
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