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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dossiê Charutos Cubanos

Por que os charutos cubanos são os melhores do mundo


É um consenso: caipirinha, só brasileira e charuto, só cubano. Os mais famosos são o Monte Cristo, o mais vendido no mundo, e o lendário Cohiba, preferido do comandante Fidel Castro. Atualmente a ilha já comercializa marcas mais populares como a Guantanamera. Hábito cultivado por Winston Churchill, Ernest Hemingway, Michael Jordan, Linda Evangelista, Grouxo Marx, Catarina Rússia, Freud, Tony Belotto e Roberta Miranda, hoje é apreciado também por mulheres e jovens. Em Cuba, ele é fumado em ruas e praças. Já os brasileiros degustam em momentos de relaxamento como um ritual, um passatempo. Os europeus fumam no dia-a-dia a qualquer hora, enquanto caminham pelas ruas ou trabalham.

                             

"Fumar charuto não masculiniza. Foi uma mulher quem inventou o selo (de charuto) para não amarelar os dedos"


Roberta Miranda ao Conta Mais SP em agosto de 2001

Os puros, como são chamados pelos cubanos, são o terceiro produto de exportação da ilha, atrás somente da cana-de-açúcar e do café. Das 300 milhões de unidades produzidas por ano, metade é exportada para mais de 120 países. São os chamados puro premium – confecionados à mão – que também são destinados ao consumo interno de turistas. Só o Brasil consome 1 milhão de charutos cubanos por ano.

A maior fabricante de charutos do mundo, a Habanos, é uma fusão da estatal Cuba Tabaco e da empresa franco-espanhola Altadis. Existem mais de 50 fábricas de charutos na ilha, que juntas geram cerca de 220 000 empregos. Os preços podem variar de US$ 100 a unidade do Cohiba, a R$ 12,00 o Guantanamera.

O consumo do produto na ilha não é restrito como outros ítens. Por isso, é muito comum encontrar o povo fumando. Eles fumam as marca inferiores de tabaco, produzidas nas regiões menos nobres. O consumo é alto, carca de 150 mil unidades por ano.

                                                           


"Tenho 95 anos de idade e há 90 não dispenso um puro charuto cubano"


Compay Segundo ao Guantanamera em outubro de 2002

História

A história dos charutos começa muito antes da chegada do navegador Cristóvão Colombo à ilha, em 1492. A península de Yucatán, no México, é provavelmente o local que deu origem ao cultivo do tabaco. Alguns pesquisadores afirmam que as folhas de tabaco eram plantadas há cerca de dois mil anos nesta região. Depois de descobertas pelos Maias, teriam espalhado-se pelo continente, especialmente na América Central. As folhas do tabaco eram consumidas pelos povos nativos em charutos rudimentares: folhas de tabaco enroladas em folhas de palmeira. Eram usadas em cerimônias e rituais.

A Europa só conheceu o tabaco após a viagem de Colombo. Dois marinheiros que haviam sido escolhidos para procurar ouro na ilha relataram que viram nativos "com um tição entre as mãos e ervas para tomar a defumação à qual estavam acostumados", conforme o diário de bordo. Um dos marinheiros, Rodrigo de Jerez, resolveu levar para sua família amostras do fumo. Acabou preso pelo Santo Ofício quando foi visto soltando pelas narinas e pela boca. Foi dado como possuído por forças do mal.

Itália e França, através do embaixador francês em Portugal, Jean Nicot, tiveram contato com a planta pouco tempo depois. A Inglaterra teve seu primeiro contato com o fumo por Sir Walter Raleigh, que o conheceu em viagem pelas Américas. Os primeiros fumantes foram acusados de heresia. Em outras culturas o fumo também demorou a ser aceito, como na Pérsia, onde os fumantes eram condenados à morte. Em 1626 um cientista alemão publicou um estudo sobre as propriedades terapêuticas do tabaco que ajudou a diminuir o preconceito. Durante muito tempo o tabaco foi utilizado como erva medicinal na Europa.

As colônias americanas no século XVII utilizavam cachimbos para fumar. O charuto com o formato que conhecemos hoje foi confeccionado em 1726. Neste mesmo ano, Israel Putman, levou para a os Estados Unidos, que já plantavam o fumo, charutos e sementes de tabaco cubanos.

A produção dos charutos em Cuba foi estimulada em 1821 por um decreto do rei Ferdinando VII da Espanha. Até então, Cuba fornecia o tabaco para a Espanha, sua metrópole, fabricar os charutos em Sevilha.

Em 1840 Cuba já era a maior produtora de charutos do mundo. A qualidade do produto era reconhecida em diversos países. Durante esta década, a produção triplicou no país. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta.

No século XIX os norte-americanos além de importar os charutos cubanos também tinham fábricas do produto que era símbolo de status no país. No período da Guerra Civil americana, 1860, o consumo de charutos aumentou no país.

Com a Primeira Guerra Mundial o consumo cresceu e outros países, como a República Dominicana e México, aumentaram seus números de fábricas. Já a segunda Grande Guerra dificultou o consumo do fumo cubano e colônias como a Jamaica investiram ainda mais no produto.

Um grande marco na produção foi a revolução comunista liderada por Fidel Castro em 1959. As companhias de tabaco foram estatizadas e a Cubatabaco (atual Habanos S.A.) foi criada. Mestres na arte de produzir charutos saíram do país e procuraram outros locais para instalar suas fábricas.

O embargo total imposto pelos Estados Unidos à ilha, ocorrido em 1962, prejudicou a exportação do produto para vários países. Segundo uma lenda, antes de assinar o embrargo, o então presidente americado, John Kennedy, encomendou uma enorme quantidade do produto para abastecer seu estoque pessoal.

                                                     

Grandes marcas

Em todo o mundo, nenhum charuto é mais vendido que o Monte Cristo. Seu formato mais conhecido é o Nº 2, de sabor acentuado e próprio para apreciadores. Surgiu da união de Alonso Menendez a José Garcia que criou a marca Particulares. Foi criado em 1935 para a venda no mercado exterior. Também é vendido nos formatos Nº 1 (lonsdale), Nº 2 (torpedo), Nº 3 (corona), Nº 4 (petit corona), Nº 5 (trés petit corona), além dos tubos (corona).

O puro mais famoso é o Cohiba, nome pelo qual os índios chamavam as folhas de tabaco. O charuto preferido do comandante Fidel Castro nasceu para ser presenteado por ele e por muito tempo foi conhecido como o "Embaixador Extraordinário" da ilha. De sua criação, em 1966, até 1982 não era comercializado, somente presenteado por Fidel Castro, daí parte da mística em torno do produto. Além disso, é um dos dois únicos que passa por três fermentações. É um dos mais caros da ilha e é considerado pelos plantadores como o mais seleto: suas folhas de tabaco são cultivadas exclusivamente em Vulta Abajo, na Província de Pinar Del Rio. Por causa da produção limitada é um puro muito disputado. A história da sua criação é peculiar: um segurança do comandante estava fumando um puro preparado por um amigo "torcedor" com aroma diferente, que chamou a atenção de Fidel Castro. Após provar o produto, o comandante quis conhecer o torcedor. Interessado em gerar empregos para as mulheres, o comandante mandou o torcedor ensinar o ofício a um grupo delas e inaugurou a fábrica do Cohiba. Seus principais tipos são o Coronas Especiales, Esplendidos, Lanceros, Robusto, Linea Siglo I, II, III, IV, V e VI.

Outro puro tradicional é o Montecristo. Criado em 1935 na fábrica de H. Upmann, também é feito das seletas folhas de tabaco cultivadas em Vuelta Abajo. Dizem que seu nome é inspirado no romance O Conde de Montecristo, de Alexandre Dumas, pois era a leitura preferida de um grupo de torcedores. Seus tipos mais conhecidos são Nº 1 ao Nº 5.

                                           

"Como disse Chico Buarque, dinheiro é bom para comprar uísque, charuto e pagar o aluguel"


Frase de Tom Jobim em seu site oficial

Como nasce um verdadeiro puro

Um dos motivos que torna os charutos cubanos os melhores do mundo é o microclima da ilha. As características do solo, da temperatura e do ar são extremamente particulares. Cada região de cultivo produz um tipo diferente de tabaco. A província de Pinar del Rio é a maior produtora de fumo, em especial na região de Vuelta Abajo, uma área de cerca de mil hectares onde encontra-se o subdistrito de San Luis e San Juan y Martínez. O banco de sementes do governo controla o estoque que é entregue pelas empresas produtoras e redistribui as sementes para que cada produtor tenha a exclusividade do tipo de fumo que cultiva. Do plantio das sementes à colheita das folhas de tabaco leva-se de 45 a 60 dias. A planta do tabaco mede entre 1 e 2 metros de altura.

                                                         

Processo de produção

Um charuto é composto por três partes: miolo, capote e capa. Depois de colhidas, as folhas da planta são amarradas em maços e penduradas em suportes nas casas de tabaco para secar e amadurecer. Essas casas têm rigoroso controle de unidade e temperatura. Então, as folhas perdem volume e ficam mais espessas e amarronzadas. Os talos são separados das folhas para a fermentação. Durante a fermentação as folhas ficam em caixas agrupadas por maços e são movimentadas constantemente para que o processo seja homogêneo. Cada fermentação dura em torno de um mês. A fermentação elimina as impurezas, a nicotina e refina o sabor do fumo. Na primeira fermentação a temperatura atinge 42º.

Entre as fermentações, as folhas são separadas de acordo com a cor (entre castanho claro e marrom escuro), o formato, a espessura e a resistência. As folhas de tabaco destinadas aos charutos Cohiba e Montecristo passam por três fermentações, já as demais por duas. Os tabaqueiros elaboram os charutos manualmente. Preparam o miolo torcendo e agrupando as folhas. Depois, colocam em formas diferenciadas e prensam por uma hora. Cada profissional faz mais de 100 unidades por dia. O charuto recebe uma capa, também feita de folha de tabaco. Então o puro é cortado com uma faca curva chamada chaveta. Uma das pontas é selada com uma goma vegetal incolor e inodora. Depois ele é guilhotinado de acordo com seu tipo. É enviado a um rigoroso controle de qualidade manual que verifica tamanho e espessura. Para harmonizar os aromas da capa e do miolo, os charutos descansam em caixas de um tipo de madeira que não transmite odores por cerca de quatro semanas. Então são separados de acordo com suas matizes para que cada caixa tenha as mesmas cores. Em cada charuto é colocado um anel de identificação.

"Bebo muito. Quase não durmo e fumo um charuto atrás do outro. É por isso que estou 200 por cento em boas condições físicas e mentais"


de Winston Churchill para um marechal
                                          
Conservação

O aroma e o sabor do charuto ficam garantidos se a umidade estiver em torno de 70% e a temperatura 21ºC. Com este grau de umidade a capa não fica seca a ponto de romper-se e o puro não mofa. Caso o consumidor não tenha um umidificador profissional, pode guardar seus charutos em um armário comum onde circule ar fresco e não bata sol. Um pequeno pote de água garante a umidade adequada. Não é recomendável guarda-los em geladeira.

Como reconhecer um verdadeiro puro

Para ter o prazer de degustar um legítimo charuto cubano deve-se observar algumas condições que garantem que não é um produto falsificado. Deve-se comprar somente em lojas autorizadas, verificar o selo de importador exclusivo e o selo de Cuba na caixa. A caixa tem um único prego, usado para fechá-la. A palavra Habanos deve estar em um selo vermelho e amarelo no lado superior direito da tampa. Deve estar lacrada com um selo verde na lateral esquerda. No fundo da caixa deve estar escrito em relevo Habanos S.A. e Hecho en Cuba. Caso seja feito à mão, deve estar também escritoTotalmente a mano ou Hecho a mano se o miolo for feito à máquina e a capa enrolada manualmente. Se for feito totalmente em processo industrial nada estará escrito. Esta marca é feita com ferro quente. Os charutos devem ser do mesmo tamanho e ter a mesma cor. Os pequenos anéis que envolvem cada unidade devem estar voltados para frente. Se você retirar duas unidades da direita, deve conseguir ver a segunda camada de charutos através de um corte na folha de cedro que separa as camadas.

"O charuto é quase uma extensão do meu rosto. Este é um dos meus vícios, é vício confessável, exibido. Um bom charuto é um prazer cotidiano, mágica fumaça consoladora"


de Câmara Cascudo - site Memória Viva



Veja a lista de onde comprar e degustar puros cubanos em seis capitais:

Belo Horizonte

Café Kahlúa – Centro

Palmieri Café Club

Cafeteria 3 Corações

Brasília

Atual Office Tabacaria – Parkshopping

Revistaria & Tabacaria Midia – Lago Sul

Varanda do Fred – Lago Norte

Curitiba

Bice – Batel

Boulevard – Centro

Café Maria – Champanhat

Chalet Suisse – Santa Felicidade

Durski – Alto do São Francisco

Empório Anarco – Batel

Hotel Bourdon – Centro

Il Cenacolo – Jardim Schaffer

Ille de France – Centro

Le Réchaud – Mercês

Maison Suisse – Cabral

Serafinni – Batel

Tesoros de Cuba – Batel

Varadero Cigar Club – Batel

Loja Expand – Batel

Tabacaria Pipe Shop – Shop Hauer

Porto Alegre

Favorite

John Bull Pub – Shopping Total

Mercato Jazz – Moinhos de Vento

Puros Tabaccos

Rio de Janeiro

Esch Café – Centro

Esch Café – Leblon

Tabacaria Africana – Praça XV

São Paulo

Tabacaria Lenat – Shopping Iguatemi

Hotel Emiliano

Figueira Rubayat – Jardins

Leopolldo Plaza – Jardim Europa

Tamanduá Cigar Bar – Moema

Davidoff – Moema

Lenat – Oscar Freire

O Drake's Bar & Deck – Pinheiros

Rey Castro

Amauri Café – Jardim Europa

Dinossauros Rock Bar – Pinheiros

Oxford Pub – Consolação

Baar Indepandente – Consolação

Corcoran's Irish Pub – Itaim Bibi

All Black Irish Pub – Jardins

Rosmarino – Pinheiros

Consulado Del Charuto – Brooklin

Lenat – Cidade Jardim

The View Bar

Sir Winston

Na Mata Café – Itaim Bibi

Upstairs Bar & Lounge – Grand Hyatt São Paulo

Mr Blues – Itaim Bibi

Tonton – Moema

O´Malleys – Jardins

Toro – Jardim Paulistano

Anquier – Higienópolis

Restaurante Hampton

Mercearia Do Jockey Club

Bar Havana Club

Hampton

Hotel Renaissence – Alameda Santos

A Estalagem – Moema

Fidel – Vila Madalena

Montecristo

Federação Paulista De Golf – Congonhas

Sympá

Paralelo 12:27 – Vila Mariana

Astor – Vila Madalena

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