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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dossiê Chardonnay



"fonte enoleigos"


A Chardonnay é a casta vinífera branca de maior prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras, degustada por todos. Muitas pessoas se preferem a ela como a “rainha das uvas brancas”. Devido a sua popularidade, já foi chamada maldosamente de “a Coca-Cola do mundo dos vinhos”. Sua origem está associada à região francesa da Borgonha e, para alguns, ela é resultado do cruzamento entre as castas Pinot Noir e Gouais Blanc.
 Fácil de cultivar pode ser encontrada em praticamente todas as regiões produtoras. É uma uva versátil, produz desde vinhos brancos secos, passando pelos espumantes e até alguns vinhos de sobremesa. Dependendo da vontade do produtor, pode ser vinificada sozinha (varietal) ou em corte. Pode também estagiar em madeira ou não. Origina vinhos leves e frescos ou encorpados, quentes, quase doces.
 Devido a toda essa versatilidade, vários críticos acusam a Chardonnay de não possuir personalidade, de ser uma uva que expressa exatamente o desejo do vinicultor. Verdade ou não, o fato é que o mundo assistiu ao seu apogeu nas décadas de 80 e 90. Tornou-se sinônimo de vinho branco do novo mundo.

 Origem

 A origem da Chardonnay é duvidosa. Durante muito tempo muitos foram os que pensaram que se trataria de uma mutação branca da Pinot Noir, de tal forma, que foi com frequência apelidada de Pinot Chardonnay. No entanto, Galet mostra nas suas obras boas provas ampelográficas em como a Chardonnay é uma casta de direito próprio. Segundo Jancis Robinson, uma aldeia no Mâconnais chamada Chardonnay provocou diversas teorias, enquanto outros especulam que as origens do Chardonnay podem ser do Médio Oriente, justificando a sua longa história com os vinhedos do Líbano. Certo é que a Chardonnay é uma das castas mais procuradas do mundo, sendo cultivada praticamente em quase todos os países produtores de vinho.

 Características

 A Chardonnay é uma casta fantástica, didática. Fácil de cultivar, a videira se adapta muito bem aos mais diferentes solos e climas, a exceção dos extremos (quente e frio). Hoje em dia, só na França, existem mais de 30 variações clonais. Apresenta bagos verdes para âmbar, pequenos e bem redondos.
 Originalmente, ela é pouco aromática. Mas nenhuma outra casta pode absorver tantas características do solo e do processo de vinificação, como ela. Talvez isso explique o paradigma dessa casta que amada por muitos e desprezada por outros tantos.
Existe alguma facilidade, numa grande variedade de climas, de extrair colheitas relativamente elevadas desta videira. A única grande reserva dos viticultores é que os botões desta casta rebentam bastante cedo, o que regularmente a coloca à mercê de possíveis geadas. Pode sofrer desavinho e, ocasionalmente, de bagoinha, e das cascas, as uvas, relativamente finas, podem encorajar a podridão, se chover durante a vindima. No entanto, os viticultores gostam da Chardonnay pela segurança que dão os seus elevados níveis de maturação e pela sua flexibilidade, já que responderá a uma maior variedade de técnicas de vinificação do que a maior parte das castas brancas.
 Assim sendo, podemos dizer que os aromas e sabores da Chardonnay são muitos, dependendo da região e do produtor. Em linhas gerais, os aromas primários mais encontrados são: frutas cítricas (maçã verde, pêra, limão, lima, tangerina), frutas tropicais (abacaxi, maracujá, pêssego, damasco, banana, manga), florais (acácia, flor de laranjeira), amanteigados (manteiga, cera, mel, melaço, bala toffee, butterscotch, fermento), amadeirados (baunilha, coco, tostado, nozes). Dependendo da região, ainda podemos encontrar: minerais, pedra de isqueiro e esfumaçados.
 Na boca, a Chardonnay também pode se apresentar das mais variadas formas: espumante, seca ou doce. É a casta branca que mais se beneficia da fermentação em barrica e do estágio em madeira, além disso, a fermentação malolática normalmente é bem vinda. Seus vinhos podem variar em acidez e corpo, como em frescor e untuosidade. Em climas frios (Chablis e Margaret River) possui acidez e estrutura destacadas. Nas regiões mais quentes, apresenta-se com sabor mais intenso e acidez média. Os melhores vinhos apresentam acidez levemente destacada com o álcool bem integrado numa estrutura complexa e elegante. A textura é envolvente e, muitas vezes pode ser untuosa com corpo médio para maior.
 O fato de ser tão eclética nos permite degustá-la jovem ou não; tudo depende da região e do estilo do vinho que o produtor quis apresentar. Somente os melhores vinhos merecem ser guardados. Nessa linha temos: até 05 anos (vinhos mais simples), de 03 a 07 anos (chilenos, australianos, californianos), de 07 a 15 anos (Borgonha, Beaune), de 07 a 20 anos (Borgonha, Chablis), Porém, muito cuidado. Essa facilidade em cultivar e vinificar essa casta vem apresentando ao mundo uma enorme quantidade de vinho sem personalidade, com excesso de madeira, super maduros e enjoativos.


 Particularidades

 A uva Chardonnay é relativamente adaptável a diversos tipos de clima e o seu nome escrito num rótulo de vinho é, frequentemente, um infalível êxito de vendas. Trata-se de uma uva magnífica e produz, segundo alguns, o melhor vinho branco do mundo - o Borgonha branco – além de ser uma das principais uvas do champanhe. Os aromas e os sabores da uva Chardonnay são frutados e vão da maçã ao melão – em regiões mais frias – até aos frutos tropicais – especialmente o abacaxi - em regiões mais quentes. No entanto, também pode apresentar aromas de terra, tais como cogumelos ou minerais. Detentora de uma acidez média / alta, dá geralmente origem a vinhos ricos e encorpados. Por tradição, os vinhos Chardonnay são secos, mas recentemente a Califórnia tem produzido vinhos que não o são, sobretudo os de preços mais baixos. Os sabores desta casta são bastante compatíveis com os do carvalho, mas enquanto os mais caros são colocados em barricas de carvalho francês, os de média gama sofrem a adição de lascas ou essência de carvalho.

 Regiões

 A casta Chardonnay é muito usada por muitos países produtores mas, atualmente, é principalmente utilizada em França, nos EUA, na Austrália, na Nova Zelândia e na África do Sul. A sua popularidade durante a década de 80 tornou-se tão grande, que chegou a ultrapassar as castas Sémillon e Riesling, passando a ocupar mais superfície de vinha à escala mundial do que qualquer casta de bago branco – com exceção da Airén, da Trebbiano, da Rkatsiteli e, possivelmente, da Catarro siciliana - um feito notável para uma videira a que se atribui tanta nobreza.
 Na frança é plantada principalmente nas regiões de Borgonha, Chablis e Champagne. Em Champagne é uma das três variedades principais, sendo muito importante na fabricação do Champagne propriamente dito.

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