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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A.O.C Champagne




CHAMPAGNE AOC, FRANÇA
Localização


Champagne é a região de vinhos de Apelação de Origem Controlada situada mais ao norte da França, distando cerca de 145 km de Paris, tendo as montanhas de Ardennes, recobertas por florestas, a separá-la da Bélgica. Cerca de 80% da apelação estão situados no distrito de Marne, sendo os restantes 20% localizados em Aube, Aisne, Seine-et-Marne e Haut-Marne.


Clima


O clima frio e úmido desta região é fortemente influenciado pelo Atlântico, tornando os verões bastante frescos e dando às estações do ano características muito variáveis. A posição de Champagne, no extremo norte da faixa de latitude ideal de produção de vinhos, prolonga a duração do ciclo de crescimento das videiras até o seu limite máximo, tornando o congelamento das vinhas um problema de grande relevância durante a primavera e o outono.


Aspecto


Na Côte des Blancs os vinhedos estão plantados em suaves encostas, com orientação leste e sudeste, em altitudes que variam de 120m a 150m. Nas encostas de Montagne de Reims, as vinhas crescem em altitudes semelhantes às da Côte des Blancs e no Vale do Marne, os melhores vinhedos estão situados na margem direita do rio.


Solo


Os vinhedos de Côte des Blancs, Montagne de Reims, Vale do Marne e Côte de Sézanne, estão situados sobre um subsolo poroso de calcário branco, fino e solto (giz), de aproximadamente 300 metros de espessura, recoberto por uma fina camada de sedimento, composto por diferentes proporções de areia, linhita, marga, argila e pedregulho calcário. O solo puro de giz-calcário em Champagne propicia uma ótima drenagem do solo, retendo a água em quantidade suficiente para que as vinhas possam suportar períodos relativamente longos de intensa seca. Deve-se ainda ressaltar que este solo possui uma considerável quantidade de óxido de cálcio (CaO ou cal), na forma ativa, o que lhe confere um forte caráter básico, fazendo com que os vinhedos produzam uvas com um conteúdo relativamente alto de ácidos, mesmo em graus elevados de maturidade fisiológica.


Viticultura e Vinificação


A colheita mecânica não é permitida, sendo as uvas prensadas pelas tradicionais prensas verticais de Champagne ou "pressoir Coquard". O uso de tanques de aço inoxidável, com temperatura controlável, para a realização da primeira fermentação tem aumentado consideravelmente, sendo que poucas das grandes casas e muitos produtores ainda fermentam parte ou a totalidade de seus vinhos em tonéis de madeira. A segunda fermentação dá ao vinhos sua característica efervescência e sempre é realizada na mesma garrafa em que o mesmo será comercializado.


As varietais primárias utilizadas em Champagne são a Chardonnay, a Pinot Noir e a Pinot Meunier, sendo secundárias a Arbanne, a Petit Meslier e a Pinot Blanc Vrai.


Os Cinco Principais Distritos


Existem cinco distritos principais em Champagne, sendo que cada um deles produz vinhos base que se diferenciam entre si dentro do mesma região, assim como entre regiões diferentes. Quando estes vinhos são misturados em proporções variadas, são produzidos Champagnes de estilos diferentes e até contrastantes.


Montagne de Reims


Os vinhedos do norte da "montagne" são voltados para o norte e por sua localização dificilmente dariam origem a uvas maduras, a não ser por uma característica única do local, que permite que o ar frio da noite escorregue pelas encostas até a planície, sendo então substituído pelo ar aquecido da zona termal que se forma acima da montanha durante o dia. As vinhas desta região geralmente dão origem a vinhos com mais concentração de cor e corpo do que os vinhos da parte sul da "montagne", que freqüentemente apresentam maior profundidade de sabor, caráter mais aromático e mais elegância. A uva primária desta região é a Pinot Noir e as melhores comunas são Ambonnay, Aÿ-Champagne, Bouzy, Verzenay, Verzy.


Côte des Blancs


O nome desta região deriva do fato do exclusivo cultivo da varietal branca Chardonnay. Os vinhos produzidos por estas uvas tem sido os mai s procurados em toda a região de Champagne, pois são os que mais contribuem para a fineza e delicadeza do Champagne, além de propiciar uma inigualável intensidade de sabor com o envelhecimento. A uva primária desta região é a Chardonnay e as melhores comunas são Cramamnt, Avize e le Mesnil-sur-Oger.


Vallée de La Marne


Nesta região, os vinhos são produzidos com proporções extremamente altas de Pinot Meunier, sendo frutados, acessíveis e fáceis de ser consumidos. A Pinot Meunier é cultivada nos vinhedos do vale, que são extremamente susceptíveis ao congelamento, pela demora de desenvolvimento dos brotos e pelo amadurecimento precoce dos frutos. A varietal primária desta região é a Pinot Meunier e as melhores comunas são Mareuil-sur-Aÿ ( para a Pinot Noir); Dizy & Hautvillers ( tanto para a Pinot Noir quanto para a Pinot Meunier); Cumières, Leuvrigny e Ste-Gemme (para a Pinot Meunier).


Aube


Nesta região, ao sul da Apelação de Champagne e mais próxima de Chablis do que dos clássicos vinhedos do Marne, são produzidos vinhos frutados e maduros. Estes vinhos são de estilo mais límpido e de melhor qualidade do que os vinhos produzidos nas áreas externas do Vallée de La Marne, nos arredores de Château-Thierry. A varietal primária desta região é a Pinot Noir, sendo Les Riceys sua melhor comuna.


Côte de Sézanne


Esta região, conhecida como Sézannais, é uma área que tem se desenvolvido com muita rapidez, estando situada a sudoeste da Côte des Blancs. Assim como nesta última, a uva mais cultivada é a Chardonnay, porém seus vinhos são mais frutados, com menos fineza que os vinhos da Côte, podendo ser bastante exóticos. Estes vinhos são ideais para aqueles que apreciam os espumantes do Novo Mundo e que de alguma maneira tem dificuldade em assimilar os estilos mais clássicos de Champagne. A varietal primária desta região é a Chardonnay, sendo as melhores comunas Bethon e Villenareaxe-la-Grande.


Classificação dos Vinhedos


Os vinhedos de Champagne são classificados, de acordo com a qualidade, de comuna em comuna, usando um sistema percentual conhecido como "Échelle des Crus" , que se constitui numa base pró-rata para os preços das uvas. As comunas com o "échelle" máximo de 100% são considerados "Grands Crus", enquanto que os classificados entre 90% a 99% são os "Premiers Cru", recebendo um valor proporcionalmente menor por suas uvas. As comunas de menor classificação atualmente são cotadas a 80%, porém o "Échelle des Crus" era em sua forma original um sistema realmente percentual, começando em apenas 22,5%. Quando foi concebido, o "Échelle de Crus" tinha uma estrutura mais abrangente, contemplando melhor os vinhedos de qualidade média, fato este que não ocorre nos dias de hoje. Devido a inúmeras reclassificações "ad hoc" e a injunções políticas, o "échelle" mínimo foi gradualmente elevado de 22,5% para 80%, sendo o atual sistema , na verdade, nada mais que uma escala de 20 pontos. Hoje, a apelação de Champagne conta com 17 Grands Crus, sendo que até 1985 estes eram apenas 12.


O Que é Uma "Grande Marque"


Uma "Grande Marque" significa literalmente, uma grande marca ou um nome famoso e esta fama pode derivar tanto da qualidade quanto da quantidade. Na apelação de Champagne, no entanto, existe uma organização específica ou um clube, que desde 1964 é conhecido como o "Syndicat des Grandes Marques de Champagne", sendo que seus 24 membros são responsáveis por 60% de todos os Champagnes vendidos pelos 256 "negociants-manipulants" registrados. São eles:


Ayala Moët & Chandon


Billecart-Salmon Mumm


Bollinger Joseph Perrier


Canard-Duchêne Perrier-Jouët


Deutz Piper-Heidsieck


Gosset Pol Roger


Charles Heidsieck Pommery


Heidsieck & Monopole Roederer


Krug Ruinart


Lanson Salon


Laurent-Perrier Taittinger


Mercier Veuve Clicquot

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